Quando fui a Paris voltei com aquela sensação de quem não gostou da cidade. Não foi por nada, inclusive estava com meu par romântico, à época com 7 meses de namoro, o que faria da experiência de visitar essa cidade, que é mundialmente conhecida por inspirar romances (vide a série Emily in Paris), uma imersão ainda mais glamourosa e apaixonante.
Mas eu não gostei. E esse “não gostar” sempre despertou certa curiosidade para aqueles que amam a cidade ou sonham em visitá-la. Talvez por que ela seja mais um daqueles destinos taxados de “ame ou odeie”.
Eu poderia listar aqui os motivos pelos quais não gostei de Paris: talvez por ser muito parecido com Buenos Aires ou São Paulo, por ter muitos prédios e ser mais uma “selva de pedras” apesar de muito arborizada, talvez por que, quando paguei caro no ingresso da Torre Eiffel e subi até o último piso, eu vi apenas telhados, e o que me encanta mesmo é beleza natural.
Talvez fossem as guimbas de cigarro espalhadas aos montes pelas calçadas, talvez até o frio, talvez… confesso não saber ao certo.
Mas hoje eu tive saudades de Paris, assim como já tive de Veneza, outro destino pro qual já torci o nariz. Revisitei fotos antigas e percebi que poderia ter curtido Paris de uma outra maneira. Uma descoberta que só veio com a maturidade, quase 10 anos depois.
Logo eu que, sempre revirei os olhos quando pensava em visitar de novo algum destino para o qual eu já tinha ido, me peguei hoje com saudades de Paris. Essa antipatia por revisitar destinos também é algo que vem se desconstruindo dentro de mim nos últimos tempos. Um pensamento que sempre rondou a minha cabeça é que não terei tempo de vida suficiente para conhecer todos os destinos que gostaria e, se eu começasse a repetir os destinos, a minha lista seria ainda menor.
Mas não há nada como ver de novo algo com outros olhos. A gente muda tanto em um ano, imagina um destino em 10. Algo que eu faria diferente se um dia eu visitasse Paris novamente com certeza seria o roteiro. Nada de subir a Torre Eiffel, deixaria ela “brilhar” apenas no fundo das fotos compondo o cenário. Louvre, Arco do Triunfo e Pantheon também estariam fora de questão. Separaria um dia inteiro para andar sem rumo, me perder pelas ruas, sentar nos cafés, observar o vai e vem dos parisienses sempre com seus cigarros a postos, desde muito jovens pelo que pude observar.
O planejamento, dessa vez, teria mais a minha cara, mais parques, praças e passeios ao ar livre e menos roteiros prontos. Provaria queijos, vinhos, doces e qualquer outra comida francesa que me oferecessem.
É difícil abrir mão dos pontos turísticos principais quando se está visitando um destino a primeira vez, pelo menos para mim. Mas a segunda vez… na segunda vez você é livre pra fazer o que quiser, pra viajar com vagareza no melhor estilo slow travel.
Eu diria que nosso olhar fica, inclusive, mais atento as pessoas. E não é por isso que a maioria de nós viaja? Para explorar novas culturas e lugares? E você, ama ou odeia Paris?
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